Friday, February 03, 2006

SILÊNCIO...

Quando um incompreensível silêncio se apossa de uma pessoa em momentos em que urge que ela fale, para esclarecer a verdade, das duas uma: ou tem culpas no cartório, ou quer aproveitar o silêncio para silenciar alguém.
José Sócrates, após o escândalo da Secreta Privada, ainda não soltou um ai, ainda não disse rigorosamente nada, mandou dizer, melhor, mandou berrar, “quais virgens ofendidas”, algumas pessoas mas ele, nada, népia, nicles.
Sócrates fica mudo quando, ao contrário dos últimos tempos, o que as pessoas mais querem é ouvi-lo falar, melhor, é ouvi-lo explicar-se.
Compreendemos a reserva porque, das ultimas vezes que falou foi quase sempre para dizer que ia faltar à palavra dada, que não ia cumprir o que havia prometido e por isso agora sente que se falar ninguém vai acreditar. Espera que as pessoas esqueçam, que os berros das virgens resultem, que o povo seja estúpido e acredite, o mesmo que era inteligente quando votou nele.
Sócrates espera muita coisa mas nós, os portugueses, só esperamos que ele explique o que se passa, e que explique bem, sob pena de mais ninguém o querer ouvir falar seja do que seja.

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