Saturday, February 25, 2006

FIASCO

A feira do Queijo foi, mais uma vez – e assim será enquanto for organizada pelos mesmos – um verdadeiro fiasco. Ela começa a consubstanciar-se como o exemplo de uma oportunidade perdida na divulgação do queijo da serra e de outros produtos regionais (mel, doce de abóbora, vinho) de animais da zona (cão da serra, ovelha bordaleira) e do artesanato local, que é muito e de qualidade.

O que vemos é as ruas vazias, o interesse muito pouco e o comércio de queijo quase nulo. Basta ir ao Oceano das Palavras e ver a fotografias que tirou, para se ver bem que pessoas eram poucas, mesmo com queijo, pão e vinho de borla. Bom, sempre podem dizer que o tempo não ajudou, mas a isso eu respondo que tenho fotografias da feira do ano passado, em que não choveu, e que tinham exactamente o mesmo aspecto, a de um fiasco, por isso essa desculpa do tempo é desculpa de mau pagador.

Quanto à divulgação, estou em desacordo com o que diz o Oceano das Palavras. Durante as últimas semanas procurei no site da Câmara o cartaz do feira do queijo, para o colocar neste blog a fim de promover o evento e de cartaz nem sinal. O site que foi criado foi apenas da Casa da Cultura e não da empresa Municipal de Cultura e Recreio, pelo que lá só se fala na Feira em face de um colóquio que lá ia ter lugar. Mesmo hoje, tentei várias vezes entrar no site da Câmara Municipal de Seia e dava-me sempre a resposta de "Não é possível apresentar a página", logo na altura em que devia haver garantia de estar online (devo salientar que esta era a única página onde não conseguia entrar, nas outras dezenas onde fui não tive problema nenhum).

Isto é sintoma de desorganização total, ou pior, de satisfação por eventos destes, caros, e que não promovem a terra, continuarem assim, o que me deixa ainda mais preocupado, caso contrário já se teria feito algo para inverter o cenário.

Por isso é que mesmo quando há muitos eventos, se critica quem organiza os mesmos, pois não basta ter vários eventos para vários públicos, é preciso interligá-los, é preciso que haja uma lógica, uma sequência, um objectivo, um programa cultural coerente e não uma panóplia de eventos desgarrados, desconectados e que se realizam de forma autista uns dos outros, como se os outros não existissem

Por isso é que, por muitos eventos desgarrados que organizem, enquanto não houver uma programação cultural lógica, não se vai a lado nenhum, e se esta tem uma lógica, ela é exclusiva de quem a organiza, o que é o mesmo que a não ter.

1 comment:

João Tilly said...

o melhor foi a fotografia do CARNEIRO no cartaz.
Será que, em Seia, o queijo é feito com leite de carneiro?
É só rir...