Wednesday, April 19, 2006

[O BARCO ESTÁ A AFUNDAR-SE MAS A ORQUESTRA NÃO PARA DE TOCAR]

O relatório do Banco de Portugal indica que apesar do aumento do IVA e, digo eu, dos sucessivos aumentos dos impostos sobre os combustíveis, o estado não logrou um bom desempenho na contenção das contas públicas, o famoso défice, porque a despesa continuou a crescer mais do que o valor do aumento dos impostos.
Isso significa globalmente que o défice só diminuiu para os 6% porque aumentaram os impostos, contudo, do lado da receita o trabalho ficou por fazer.
A continuar assim, em pouco tempo o efeito prático do aumento do IVA será consumido pelo galopante aumento da despesa e, de novo, o Governo pensará em aumentar o IVA como forma de tapar o buraco.
No fundo, o que o Governo anterior fazia era usar despesas extraordinárias para tapar o buraco, procurando não penalizar os portugueses, e o que este faz é usar receitas ordinárias, penalizando os portugueses.
Contudo, o trabalho essencial fica por fazer, a despesa não é contida, a receita não chega e o buraco aumenta, só se tapando com aumento de impostos.
Ora, no que toca a este ponto nós já vimos que o Governo não tem palavra porque prometeu na campanha que não aumentava os impostos e a primeira coisa que fez foi aumentá-los, e agora diz que não aumenta os impostos, mas sobre a gasolina, aumenta-o todos os anos.
Ora este aumento faz o mesmo efeito que o IVA, porque as empresas já não aguentam estes aumentos associados ao do petróleo e vão fazer reverter sobre o preço dos bens esse mesmo custo, ou seja, vai-se verificar uma subida generalizada dos preços, o aumento da inflação, gera-se impacto económico negativo e, em breve, uma nova recessão (nova!!! Bem não sei será uma vez que ainda não saímos desta).
Acresce que, desde que o Governo entrou em funções, já saíram 19.000 funcionários públicos e entraram 20.000!!!! Tal representa uma total ineficácia no controlo das despesas e a incapacidade de cumprir o prometido: por cada duas pessoas que saíssem da FP só entraria uma.
Continuando assim, apenas caminharemos ainda mais para o fundo do poço:
Contudo, fá-lo-emos com uma diferença: com estilo, com festas, com grandes anúncios.
Sócrates está cada vez mais parecido com o ministro do interior do Iraque quando, estando já os soldados americanos dentro de Bagdad, dizia que as tropas de Saddam estavam a dominar e iam ganhar a guerra.
E o que é mais lamentável ainda é que a imprensa colabora com esta palhaçada política sem nada dizer, sinal de que estão bem controlados, o que não augura nada de bom para a nossa democracia em vésperas de mais um aniversário do 25 de Abril.

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