Wednesday, June 14, 2006

[A PRIMEIRA MORTE]

Foram precisas menos de 48 horas para falecer a primeira criança de uma grávida que, antes do encerramento, seria assistida por uma maternidade que foi encerrada por este governo do PS.
Foi entre Elvas e Portalegre.
A mãe, com dores, foi à maternidade de Elvas. Como esta estava fechada e não havia obstetra a mesma foi evacuada pelo médico das urgências (clínica geral) para o Hospital de Portalegre, sem sequer levar um acompanhamento médico no transporte (o médico não é obstetra não podia avaliar correctamente a gravidade da situação).
Na viagem, as dores aumentaram, houve um rompimento da placenta, a criança quando foi extraída, estava já morta.
Para quem anda por estas estradas de Portugal, sabe bem como é a ligação Elvas – Portalegre, o tempo que se demora, e o risco do transporte.
Se a maternidade estivesse aberta, haveria obstetras de serviço, a avaliação seria imediata e, quem sabe, uma morte seria evitada.
Não quero eu dizer que sou contra o encerramento de maternidades. Sou contra o encerramento cego e meramente economicista das mesmas.
Quando se fecha uma maternidade em Oliveira de Azeméis e se mandam as grávidas para Santa Maria da Feira, ao lado e com bons acessos, a medida é boa, e tanto é quem nem houve grandes protestos.
Agora casos como o de Elvas (e outros há) são gritantes, e só pessoas que vivem no luxo se podem dar ao luxo de decidir entre a vida e morte de uma criança apenas por questões económicas, pois a vida não pode ser assim avaliada.
Pelos vistos, para o PS, a vida humana tem um preço.
Para mim jamais terá.

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